Alagoas
Afundamento de bairros deve levar de 10 a 30 anos
O afundamento de solo em Maceió deve se prolongar pelas próximas décadas, entre 10 e 30 anos mais precisamente. É o que afirma o ex-professor, pesquisador e especialista em geologia Abel Galindo, uma referência no problema que atinge cinco bairros da capital alagoana e teve o estopim em março de 2018. Segundo ele, o fenômeno deve continuar avançando lentamente, principalmente na região do Mutange.
Os bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol têm sofrido as consequências do afundamento de solo causado pela mineração de sal-gema no subsolo da capital. Mais de 60 mil pessoas foram impactadas e os bairros parcial ou completamente esvaziados. O problema que se arrasta há pouco mais de três anos deve continuar evoluindo lentamente, segundo Abel.
“O tempo para estabilização é mínimo de dez anos é o que muitos pesquisadores têm dito. Tem alguns até que chegam a falar em 20, 30 anos para estabilizar completamente. O risco de ruptura segundo o relatório italiano é de que ano que vem deve ocorrer na região do Mutange, entre o IMA [Instituto do Meio Ambiente de Alagoas] e o colégio Bom Conselho, alguma ruptura de superfície entre maio e dezembro em dois ou três pontos. Já outros relatórios dizem que a probabilidade de ruptura da superfície é muito remota, ou pelo menos não antes de sete anos, caso aconteça”, pontua.
A evolução do afundamento deve alcançar nos próximos anos até 2 metros em alguns trechos, segundo Abel Galindo, além disso o estudioso não descarta a possibilidade de aberturas de solo em regiões já desocupadas como é o caso do Mutange.
Processo afeta diretamente mais de 60 mil pessoas
O processo de afundamento de solo, apontado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) como decorrente da extração de sal-gema, vem afetando direta e indiretamente mais de 60 mil moradores nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e em parte do Farol. A situação de calamidade pública dos bairros foi decretada no fim de 2018 e vem sendo renovada pela Prefeitura de Maceió diante da constante evolução.
Desde o dia 3 de março de 2018 quando um tremor de 2,5 na escala Richter foi sentido no bairro do Pinheiro e adjacências, a escalada de rachaduras em imóveis e vias não parou de se intensificar. Devido ao problema, mais de 17 mil famílias já precisaram deixar seus imóveis nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto.
Em 3 de janeiro de 2020 um acordo judicial firmado entre órgãos de controle e a Braskem estabeleceu a retirada das áreas de maior criticidade dos bairros afetados. Já no início deste ano todas as áreas tiveram a indicação de realocação e outras como os Flexais em Bebedouro seguem sendo afetadas pela problemática. Além de retirar as pessoas, a Braskem tem realizado as indenizações. As ações, previstas no acordo, devem se estender até 2022.
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